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A review by galacticvampire
Capitães da Areia by Jorge Amado
inspiring
reflective
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? No
- Loveable characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
5.0
Eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.
E então eu sou lembrada porque Capitães da Areia é o meu clássico favorito (e o único que reli depois do Ensino Médio).
Quase 100 anos após a publicação, é uma história que sobrevive e toca não só pelo lirismo cru e realista que não deixa de ser encantador, mas porque cada personagem é tão absolutamente trágico que em um conjunto devastador fazem completo sentido. Mesmo 100 anos depois.
É claro que certos aspectos (principalmente em relação às mulheres) o livro mostra seu tempo, mas seria impertinente julgar a obra sob um senso moral do século 21 e desconsiderar a natureza revolucionária dentro de seu próprio contexto. Mesmo que estupros e homofobia sejam tratados como corriqueiros, também são roubos, violência e assasinato. O ponto não é romantizar as atitudes horríveis dos meninos, e sim denunciar o que as motivaram em primeiro lugar.
Capitães da Areia não é um retrato da Pobreza de forma individual, apesar de seu ponto forte ser justamente a humanização melancólica de cada um dos personagens, mas como uma raiz generalizada de todas as mazelas apresentadas. Os garotos são cruéis, e os jornais reclamam de sua crueldade e pedem por justiça nas ruas fechando os olhos para os que levou até lá. Em 1937.
A compaixão inspirada não parte do pressuposto de que esses meninos são inocentes (porque não são), mas porque eles mereciam ser.
Quase 100 anos após a publicação, é uma história que sobrevive e toca não só pelo lirismo cru e realista que não deixa de ser encantador, mas porque cada personagem é tão absolutamente trágico que em um conjunto devastador fazem completo sentido. Mesmo 100 anos depois.
É claro que certos aspectos (principalmente em relação às mulheres) o livro mostra seu tempo, mas seria impertinente julgar a obra sob um senso moral do século 21 e desconsiderar a natureza revolucionária dentro de seu próprio contexto. Mesmo que estupros e homofobia sejam tratados como corriqueiros, também são roubos, violência e assasinato. O ponto não é romantizar as atitudes horríveis dos meninos, e sim denunciar o que as motivaram em primeiro lugar.
Capitães da Areia não é um retrato da Pobreza de forma individual, apesar de seu ponto forte ser justamente a humanização melancólica de cada um dos personagens, mas como uma raiz generalizada de todas as mazelas apresentadas. Os garotos são cruéis, e os jornais reclamam de sua crueldade e pedem por justiça nas ruas fechando os olhos para os que levou até lá. Em 1937.
A compaixão inspirada não parte do pressuposto de que esses meninos são inocentes (porque não são), mas porque eles mereciam ser.
E eles esqueceram que não eram iguais às demais crianças, esqueceram que não tinham lar, nem pai, nem mãe, que viviam de furto como homens e que eram temidos na cidade como ladrões. [...] Esqueceram tudo e foram iguais a todas as crianças, cavalgando ginetes do carrossel e girando com as luzes.