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A review by hudsbls
Helena by Machado de Assis
5.0
Confesso que, no início, fiquei confusa com a escrita deste livro. Era realmente Machado de Assis que eu estava lendo? Esta obra, a mais romântica e simples dentre as que li de Machado, não apresenta o autor ácido, crítico e bem-humorado de suas obras célebres. Entretanto, assim como em seus outros trabalhos, o autor nos presenteia com os óculos do tempo, e vemos um Rio de Janeiro dos anos 1850, rico em detalhes da vida familiar da elite e da influência eclesiástica sobre ela.
Machado trabalha com maestria temas e assuntos incrivelmente delicados, além de nos brindar com um espetáculo de referências literárias.
Helena é inteligente, astuta, agradável e encanta seu novo meio social, em contraste a Estácio, que, também inteligente, é excessivamente introspectivo e parece moldado pelas expectativas alheias.
Da interação entre os dois se dá todo o enredo.
A obra de Machado não se furta de criticar, de maneira sutil, o moralismo patriarcal, contraditório e hipócrita, evidenciado nas interações familiares e sociais. Ao fim, Helena, após uma breve vida de conformidade às imposições masculinas — dos pais, do irmão e do padre Melchior —, encontra em uma decisão própria, embora trágica e melancolia, a chave para sua libertação da gaiola dourada em que se encontrava.
Machado trabalha com maestria temas e assuntos incrivelmente delicados, além de nos brindar com um espetáculo de referências literárias.
Helena é inteligente, astuta, agradável e encanta seu novo meio social, em contraste a Estácio, que, também inteligente, é excessivamente introspectivo e parece moldado pelas expectativas alheias.
Da interação entre os dois se dá todo o enredo.
A obra de Machado não se furta de criticar, de maneira sutil, o moralismo patriarcal, contraditório e hipócrita, evidenciado nas interações familiares e sociais. Ao fim, Helena, após uma breve vida de conformidade às imposições masculinas — dos pais, do irmão e do padre Melchior —, encontra em uma decisão própria, embora trágica e melancolia, a chave para sua libertação da gaiola dourada em que se encontrava.