Obra absolutamente fascinante e hipnotizante. Mann é um génio no que toca a interpretar as paixões, desejos, e os limites e extremos das capacidades humanas. Em pouco mais de cem páginas, traça um retrato fidedigno dos limites da vontade, do orgulho e da reação dos povos que, perante um ameaça que os reduz a marionetas permanece, na sua maioria, absolutamente apático e inerte.

Num pequeno grande estudo psicológico, Mann traça um relato alarmante dos sinais de opressão que se fazem evidentes para um observador e que passam despercebidos à grande maioria. A indiferença perante o controlo da nossa vontade, a aceitação da manipulação da nossa realidade são sinais patentes uma vez mais (e nunca desaparecidos) na nossa sociedade, e é preciso que alguém, tendo editado um pequenino livro no ano de 1930, se erga da sua tumba para no-lo lembrar!

Mann fica como absoluto descritor dos meus maiores medos, neste como noutros livros: a perda da individualidade; a ignorância da manipulação; a postura pactuante com ações que ultrapassam o socialmente aceitável.

Inevitavelmente um livro a colocar nas estantes junto das utopias visionárias tanto na moda...