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adventurous
challenging
emotional
inspiring
reflective
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
adventurous
challenging
emotional
hopeful
reflective
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
reflective
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
emotional
sad
medium-paced
adventurous
emotional
slow-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Complicated
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
No
Flaws of characters a main focus:
Yes
Queria ler Capitães da Areia há muitos anos, e, ao finalmente realizar essa leitura, posso dizer que estou muito satisfeito. Inicialmente, contudo, preciso dizer que fiquei decepcionado.
Demorei para engrenar na história: os capítulos são curtos e "soltos", quase como folhetins de jornal: cada um trata ou de um tema específico ou de um personagem em particular, inexistindo uma estrutura pré-definida sobre como serão divididos os capítulos entre os personagens ou sequer uma coerência com o tempo verbal escolhido para narrar a história. Essa falta de organização, somada a uma escrita que tinha preferência visível por períodos curtos (muitos pontos seguidas, pouquíssimas vírgulas) - davam-me uma impressão de pouca continuidade entre as aventuras, de modo que não havia um enredo - um plot - que me prendesse pessoalmente.
Mas há Personagens, com P maiúsculo. Pedro Bala, Gato, Pirulito, Volta Seca, Professor, Boa Vida, Sem Pernas, Dora. Todos são crianças abandonadas, das mais variáveis idades e cor de pele, com as mais distintas vocações - desde Volta Seca, que queria entrar no grupo de cangaço de Lampião, até Pirulito, que queria ser Padre (!) -, e são eles que dão vida ao livro. Suas aventuras, seus sofrimentos e seus anseios nos envolvem e compensam a falta de um plot direcionado com conflitos pessoais complexos e muito verossímeis. Cada um tem uma motivação específica e um motivo para quererem o que querem e serem o que são. Apesar de suas individualidades, contudo, não deixam de ser Capitães da Areia, de seguir as regras do grupo à risca e de se verem como irmãos, como companheiros.
Outro ponto é que Amado não trabalha com sutileza. Os temas são abordados sem rodeios, e são diversos temas: violência, criminalidade, pobreza, preconceito, desigualdade: tudo é muito explícito, e às vezes até escrachado. Dentre todos esses temas, porém, o que mais me chamou a atenção foi a falta de amor que crianças abandonadas sentem, especialmente amor materno. Isso é abordado pelas histórias tristes de Sem Pernas, o garoto coxo que decide trair a única família que lhe deu algum amor verdadeiro para não trair os Capitães da Areia, e Dora, a única menina do grupo, que personificou a mãe, a irmã, a noiva e a esposa que todos os Capitães da Areia necessitavam. Merece destaque também Professor, o único letrado, e, claro, o próprio Pedro Bala, o Capitão dos Capitãoes.
Apesar de o livro não ter me cativado no começo, ao decorrer do leitura fui me afeiçoando aos personagens. Vi suas lutas, seus desejos, seus receios, e o seu crescimento. Quando crescem ao ponto de serem rapazolas - homens - me deu até uma angústia no coração: poucos realmente conseguiram sair da vida do crime e da "vabundangem". Ao final, fiquei satisfeito e muito contente com o desfecho de uns, mas triste e abalado pelo de outros: como se fossem amigos meus, que me orgulharam e me decepionaram.
No fim, entendi o porquê de Capitães da Areia ser leitura obrigatória de tantos vestibulares, bem como o motivo pelo qual Vargas o queimou em praça pública (a mensagem pró-comunista ao final é beeem evidente). Entendo que pelos mesmos motivos deve continuar a ser lido hoje.
Visceral e atual, Capitães da Areia mereceria até mais que 4 estrelas se eu não tivesse tido tanta dificuldade em engrenar na forma que Amado escreve. Talvez em uma releitura isso aconteça.
Demorei para engrenar na história: os capítulos são curtos e "soltos", quase como folhetins de jornal: cada um trata ou de um tema específico ou de um personagem em particular, inexistindo uma estrutura pré-definida sobre como serão divididos os capítulos entre os personagens ou sequer uma coerência com o tempo verbal escolhido para narrar a história. Essa falta de organização, somada a uma escrita que tinha preferência visível por períodos curtos (muitos pontos seguidas, pouquíssimas vírgulas) - davam-me uma impressão de pouca continuidade entre as aventuras, de modo que não havia um enredo - um plot - que me prendesse pessoalmente.
Mas há Personagens, com P maiúsculo. Pedro Bala, Gato, Pirulito, Volta Seca, Professor, Boa Vida, Sem Pernas, Dora. Todos são crianças abandonadas, das mais variáveis idades e cor de pele, com as mais distintas vocações - desde Volta Seca, que queria entrar no grupo de cangaço de Lampião, até Pirulito, que queria ser Padre (!) -, e são eles que dão vida ao livro. Suas aventuras, seus sofrimentos e seus anseios nos envolvem e compensam a falta de um plot direcionado com conflitos pessoais complexos e muito verossímeis. Cada um tem uma motivação específica e um motivo para quererem o que querem e serem o que são. Apesar de suas individualidades, contudo, não deixam de ser Capitães da Areia, de seguir as regras do grupo à risca e de se verem como irmãos, como companheiros.
Outro ponto é que Amado não trabalha com sutileza. Os temas são abordados sem rodeios, e são diversos temas: violência, criminalidade, pobreza, preconceito, desigualdade: tudo é muito explícito, e às vezes até escrachado. Dentre todos esses temas, porém, o que mais me chamou a atenção foi a falta de amor que crianças abandonadas sentem, especialmente amor materno. Isso é abordado pelas histórias tristes de Sem Pernas, o garoto coxo que decide trair a única família que lhe deu algum amor verdadeiro para não trair os Capitães da Areia, e Dora, a única menina do grupo, que personificou a mãe, a irmã, a noiva e a esposa que todos os Capitães da Areia necessitavam. Merece destaque também Professor, o único letrado, e, claro, o próprio Pedro Bala, o Capitão dos Capitãoes.
Apesar de o livro não ter me cativado no começo, ao decorrer do leitura fui me afeiçoando aos personagens. Vi suas lutas, seus desejos, seus receios, e o seu crescimento. Quando crescem ao ponto de serem rapazolas - homens - me deu até uma angústia no coração: poucos realmente conseguiram sair da vida do crime e da "vabundangem". Ao final, fiquei satisfeito e muito contente com o desfecho de uns, mas triste e abalado pelo de outros: como se fossem amigos meus, que me orgulharam e me decepionaram.
No fim, entendi o porquê de Capitães da Areia ser leitura obrigatória de tantos vestibulares, bem como o motivo pelo qual Vargas o queimou em praça pública (a mensagem pró-comunista ao final é beeem evidente). Entendo que pelos mesmos motivos deve continuar a ser lido hoje.
Visceral e atual, Capitães da Areia mereceria até mais que 4 estrelas se eu não tivesse tido tanta dificuldade em engrenar na forma que Amado escreve. Talvez em uma releitura isso aconteça.
challenging
dark
emotional
reflective
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
No
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
adventurous
emotional
funny
hopeful
sad
medium-paced
Plot or Character Driven:
A mix
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Complicated
Flaws of characters a main focus:
No
adventurous
challenging
emotional
hopeful
reflective
medium-paced
Plot or Character Driven:
Character
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
adventurous
dark
emotional
hopeful
reflective
sad
fast-paced
Plot or Character Driven:
Plot
Strong character development:
Yes
Loveable characters:
Yes
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
No
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