Completing my Spanish themed quartet, The Carpenters Pencil took me back to where I started with Jason’Webster’s Guerra, the Spanish civil war.

Herbal recounts the early months of the war, when his life seemed inextricably linked to that of Dr Daniel da Barca, an inmate at a prison in Santiago de Compostela. While fiddling with a carpenters pencil he kept after shooting it’s owner, Herbal tells a tale of two men, of the war, and through both of them, a beautiful love story that saves one of the men, while dragging the other in it’s slipstream.

Although a relatively short novel, there is so much that is conveyed by what Rivas doesn’t write. Somehow he fully evokes the brutality of the civil war, in the background, while the spotlight of his poetic prose shines on Herbal and da Barca, yet illuminating the stubborn, unconquerable love of the doctor and Marisa Mallo.

While imprisoned the doctor survives the firing squads while Marisa asks her powerful grand father, on the opposite side to her lover, for help. And all the while Herbal is in the background, sometimes watching, sometimes intervening, without always understanding why. Indeed, it is the conflict within him, as well as the fierce devotion of Mother Izarne and the thoughtfulness of Sergeant Garcia, that show how people and their actions make wars more complex than the simple division between one side and another.

For all the majesty of the love story, it is just as much Herbal’s story, the ex Franco soldier, who recounts the tale to try and understand his relationship with the doctor, and perhaps his own life, and as he gives the carpenters pencil to Maria de Visitacao, he draws the final line under his past.
(blog review here)

This book was written in Galician but I read its Spanish translation. Now, Spanish is my third language, so God knows how much was lost in this game of Chinese whispers but I will try to tell you what I gathered from it in English, my second language.
Sometimes I couldn’t make any sense of it – it might be because of the aforementioned Chinese whispers or it might because it’s one of those intentionally confusing books with a very convoluted narrative.

The tagline for this book is: Can a pencil change the course of history?Which you will have to admit is one of the stupidest taglines you’ve ever read.

It of course focuses on the Spanish Civil War because the Spanish will not soon tire of writing about it now that they started. It’s all a patchwork of memories as recalled by different characters (often antagonists). It’s up to the reader to piece it all together but the pay-off isn’t all that. I think. I don’t remember. I read this book ages ago. Now it’s just a patchwork of impressions of a novel that wasn’t linear to begin with. Understand me here. I can tell you there was a love story, as there is always love story in books about war.

It’s apparently one of the best books in Galician and I don’t want to sound like an asshole but I can’t imagine there was much of a competition. But then, hey, other people think it was : “hugely moving, seductively readable, absolute triumph”, so you know, see for yourself.

You know what’s really interesting, though? This novel is extremely popular in Arab countries. Almost all GR reviews seem to be in Arabic. It seems like one of those ‘Big in Japan’ kind of phenomena.

A verdade é que quando ficas muito tempo a olhar o céu, vai-se povoando de mais e mais estrelas. Dizem que há algumas que vemos mas que já não existem. Que a luz tarda tanto a chegar que, quando chega a ti, já elas estão apagadas. É uma coisa do caraças! Ver o que já não existe.

Confesso que este não foi daqueles livros que me seduzem logo de início; a narrativa intricada teve o condão de começar por me baralhar, depois por me deixar curiosa mas, finalmente, acabou por me cativar. E ainda bem porque, de narrativa nada forçada, O Lápis do Carpinteiro vive de momentos de prosa verdadeiramente poética e de uma arte de contar que não é normalmente tida como masculina: através de um emaranhado de pequeninos fios condutores que se entrecruzam habilmente, reproduzindo um bordado, reproduzindo uma tapeçaria cuidadosamente trabalhada.

Todos soltamos um fio, como os bichos-da-seda. Roemos e disputamos as folhas da amoreira, mas esse fio, de tanto se cruzar com outros, de se entrelaçar, pode fazer um belo tecido, uma teia inesquecível.

E aquilo que nos oferece no fim não é aquilo que julgamos que nos irá oferecer no início, pois se a princípio O Lápis do Carpinteiro, romance, se apresenta como um texto necrológio do Dr. Daniel Da Barca, rapidamente se transforma num retábulo de uma vida que se perpetua exterior e posteriormente a ele. E enquanto isto tudo acontece, o lápis do carpinteiro, objeto, funciona como um símbolo de ligação no continuum espácio-temporal e permite essa extensão de vida dos personagens que não se esgotam na morte.

O clube abria ao anoitecer e elas dormiam durante o dia. A primeira hora da tarde. Maria da Visitação desceu ao estabelecimento. Acordara com ressaca, a boca a saber a cinza, o sexo dorido das cargas robustas dos contrabandistas, e apeteceu-lhe misturar um sumo de limão com cerveja fria. Com as portadas fechadas, sentado a uma mesa e debaixo de um candeeiro que abria um poço de luz na penumbra, estava Herbal. Desenhava em guardanapos de papel com um lápis de carpinteiro.

Herbal, hoje empregado num/dono de um bordel, será o contador desta história onde figuram franquistas e comunistas, e cuja figura maior será a de um amor proibido, ou, quiçá, a de uma procura gorada de amor pois se a primeira incita grandes atos de coragem a segunda (a dor fantasma) justifica muitos horrores perpetrados pelos homens (destroçados).

Antes de seguir, o doutor Da Barca virou-se para mim. Olhámo-nos fixamente.
Disse-me:
O que tu tens não é tuberculose. É do coração.

O Lápis do Carpinteiro é uma narrativa que vive do que não conta tanto como do que conta, e cuja beleza se revela através do que fica de fora da narrativa e que é representado não pela primeira história, contada por um jornalista num obituário, mas por este Herbal, o carcereiro, o relator, a sombra de Da Barca - quem nos mostra que existe uma possibilidade de regresso da desumanização e que esta se dá pelo nome de afeto.

A pior doença que pode atacar é a da suspensão das consciências.

Una bonita forma de empezar el año.
Una historia hecha a parches de recuerdos, guiados por un lápiz de carpintero.
Al principio pensé que sería un dura lectura enmarcada en la Guerra Civil, pero me he encontrado una historia sencilla de amor, amistad, rencor y admiración.